Com o slogan “O sonho vence a imposição”, Mabel quer conquistar os colegas com promessas como a construção do anexo 5 da casa, um empreendimento que consumiria de entrada R$ 74 milhões, já previstos no orçamento deste ano da Casa.
O deputado do PR se reuniu com integrantes da bancada do PSC nesta manhã para pedir apoio e entregar o material de campanha. Ele não revelou o desfecho do encontro, mas disse que continuará a maratona de ligações telefônicas e reuniões para conseguir apoio.
Para buscar os votos ds deputados, Mabel preparou uma cartilha de quatro páginas na qual apresenta propostas e afirma ter “coragem e rebeldia para enfrentar todos os problemas e devolver a dignidade” à Câmara. Já na capa do material, Mabel convoca os colegas a fazer uma escolha entre “a desvalorização de sempre” e “uma Câmara forte, que mostre o seu valor”.
O deputado reclama da “forma desrespeitosa” como as emendas parlamentares são “descartadas” pelo governo e questiona: “Onde está a nossa autoridade como poder independente?”.
Sobre a divisão de cargos na mesa diretora, Mabel é direto: “Os cargos da mesa diretora nada valem se as decisões continuarem vindo das cúpulas e da pressão do Executivo.”
Mabel lançou nesta terça-feira (25) a sua candidatura ao comando da Casa. A candidatura dele é avulsa e não tem sequer o apoio do seu próprio partido, que já fechou acordo para apoiar o candidato do PT, deputado Marco Maia (RS). O gaúcho foi escolhido pelos petistas, em acordo com os peemedebistas, para ser uma espécie de candidato de consenso entre as duas maiores bancadas da Câmara. Outros partidos da base, como o PDT e o PCdoB, já oficializaram posição favorável a Maia.
A eleição da mesa diretora da Casa vai ocorrer no dia 1º de fevereiro. Mesmo com toda a articulação em torno do nome do petista, que é o atual presidente da Câmara, Mabel diz que teria pelo menos 130 votos se a eleição fosse hoje. Para ser eleito, o deputado precisa ter o mínimo de 257 votos entre 513 deputados.
Crise no partido
Questionado sobre os rumores de que a cúpula do PR já estaria mobilizada para barrar sua candidatura – entrando com um pedido de expulsão dele, se for preciso –, Mabel afirmou que irá resistir às pressões e declarou que pretende apenas “promover o debate de idéias” na casa. “Você acha que um partido pode ameaçar um ex-líder por pressão? É legítimo uma casa aceitar um negócio desse? É difícil!”, afirmou Mabel.
O deputado goiano negou que a sua decisão de concorrer esteja ligada à disputa por cargos no segundo escalão do governo da presidente Dilma Rousseff: “Não brigo por cargos. Não brigo para ser líder do partido, eu já era o líder.
Severino
Mabel também revelou certo descontentamento com as comparações de sua candidatura ao processo eleitoral de 2005, quando desentendimentos na base do governo acabaram favorecendo a eleição do ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE): “Vejo vocês [jornalistas] escrevendo que a minha candidatura é semelhante a do Severino. Sou um cara preparado. Tenho experiência de administrar um orçamento de R$ 1 bilhão dentro da minha empresa. Falo inglês e espanhol e sou muito firme nas coisas que tenho determinação.”
Reação
O deputado Marco Maia (PT-RS), que também disputa a Presidência da Câmara, criticou as propostas de Mabel. "O cara que é candidato pode prometer o mundo, não tem preocupação nem responsabilidade com o projeto da Casa", disse. Maia já conquistou o apoio de vários partidos, entre eles, PMDB, PSDB, DEM, PP, PPS, PSB, PDT e PC do B.
